Meus Fantasmas e Minhas Bagagens - O Ser Ser Humano Que Sou.



Tenho pensado o quanto em minha jornada não atribuí ao outro situações que na verdade competiam a mim, o quanto não responsabilizei-o pelas intercorrências em minha vida e quantos momentos gastei me preocupando com os fatores externos, focada de fato com o debaixo do sol.

A partir daí tenho percebido que o grande terror que me aflige vai além de minha limitada visão humana e não são conseqüências dos momentos inescrupulosos que vivo; na verdade ele sou eu mesmo que dentro de mim tomo a forma como a de uma assombração que insiste em me atormentar. Esta sim é uma verdadeira batalha, eu contra eu mesmo na busca incessante da descoberta daquilo ou de quem realmente sou.

Diante deste enfrentamento diário e dos sentimentos oriundos do pesar por um momento que não volta mais ou pelo que não vivi, com o passar do tempo me sinto cansada, esgotada, como se houvesse corrido uma grande maratona na ânsia de chegar a tempo hábil à linha de chegada.

Simples assim é a maneira como enxergo a vida, e de fato a encaro como uma verdadeira corrida contra os fantasmas que eu mesma criei no decurso de minha trajetória e que persistem em me acompanhar; ora eles conseguem me ultrapassar, ora eu consigo estar a frente deles; no entanto, neste percurso o esgotamento surge, o desalento, a vontade de desistir, de ceder; isso porque não estou atravessando as estradas da vida livre e leve como os maratonistas profissionais que vemos pela televisão; mas carrego sobre meus ombros um grande peso que são as bagagens  provenientes de pré-conceitos, ideais, escolhas, decisões e ações. Acredito ser a pior delas a responsabilidade que me atribuo de sair triunfante no cruzar da linha de chegada, pois as outras posso perceber que não me são mais necessárias e as abandonar no meio do caminho.

Dois grandes desafios ou dois grandes inimigos ou quem sabe dois grandes mestres na arte de ensinar o verdadeiro sentido da vida: meus fantasmas e minhas bagagens inseridos por mim mesmos neste grande jogo.

Valorizá-los??? Desprezá-los??? Que dilema!!!

O maior repto, contudo, neste dilema é descobrir como usá-los na luta contra eu mesmo para que consiga sair vitoriosa, com a sensação de dever cumprido!!!

 Dizem por aí que somos quem queremos ser; querer ser algo/alguém me dá a idéia de imaginário, inconsciente, daquilo que é idealizado, mas não real. O real neste contexto possui a forma de impossível ou insuportável pois não encontro no real o simbólico mas a forma, o palpável daquilo que poderá gerar angústias e traumas. O sentido deste real e como o atribuirei depende, na verdade, não do que vejo mas do significante que confiro ao que enxergo.

Significantes...significados...real...imaginário...razão...emoção... a consciência do que sou ... o inconsciente do que quero ser... esta é a legítima concepção da profundeza do ser ser humano que sou.

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